Mídia – Revista da PROTESTE (*) – número 95, setembro de 2010.
Coluna – Curtas e Rápidas
Como associado, recebo mensalmente a revista editada e distribuída pela PROTESTE (*) aos seus associados. Na edição em referência, consta, na página 12, um texto com o título “Os aditivos dos McNuggets – Não há motivos para alarde com os aditivos à base de petróleo”. Como se trata de uma associação independente e normalmente rígida com a quantidade e a qualidade de aditivos nos alimentos, usando normas estrangeiras como parâmetro quando as normas brasileiras são pouco rígidas, isentar aditivos à base de petróleo chama a atenção.
O texto fala (ver quadro abaixo, recortado do site da PROTESTE, com teor e visual idênticos ao da revista física) que a rede CNN denunciou a existência de aditivos à base de petróleo nos nuggets produzidos pelo Mc Donalds. A cadeia de lanchonetes confirmou o uso de TBHQ e de Dimetilpolissiloxano nos nuggets. A PROTESTE foi buscar informações e concluiu que estes são aditivos liberados para uso e regulamentados em todo o mundo. O texto acrescenta que há estudos relacionando estes aditivos ao câncer, mas só quando consumidos em altas doses, e sugere que quem deseja uma alimentação o mais isenta possível de aditivos, deve dar preferência a alimentos frescos.
Até este ponto, mesmo não sendo muito agradável saber que estamos comendo derivados de petróleo, e sem levar em consideração todo o resto relativo a um nugget, o texto passou. Porém no verso da revista, onde há uma breve mostra do conteúdo exclusivo para associados no site da PROTESTE, há uma chamada “Aditivos alimentares: conheça melhor o que você come.”
Por curiosidade, pesquisamos no site o aditivo “Dimetilpolissiloxano” e encontramos a resposta que está a figura abaixo.
Ou seja, a própria PROTESTE não recomenda o aditivo que isentou no texto referente ao Mc Donalds.
Sem querer questionar a honestidade e isenção da PROTESTE, não parece ser o caso, o assunto chama a atenção para a força que as empresas têm junto aos órgãos reguladores e à mídia, chegando até mesmo a confundir associações isentas. É um lobby muito poderoso que permeia, desinforma e confunde.
Formalizamos um questionamento no site da PROTESTE sobre esta, em princípio, contradição e disponibilizaremos a resposta quando for recebida.
Adicionalmente, os nuggets (de supermercado) serão objeto futuro de comentários para a nossa categoria “Produtos e Ingredientes”. Mas desde já adiantamos: nenhum tipo de nuggets é comida. Fuja deles. Além de derivados de petróleo, contêm carne de frango criado preso e comendo ração, o que não é comida de galinha, além de inúmeros outros aditivos.
Se você ainda está na dúvida, leia a página 89 do livro Ecologia Celular, de Carlos Braghini Jr, onde ele disseca os nuggets. Destacamos este trecho: ... mas o ingrediente mais alarmante é a butil-hidroquinona, ou TBHQ, um antioxidante derivado de petróleo (cuja ingestão de meros 5 gramas pode provocar a morte), que as autoridades sanitárias permitem que a indústria borrife diretamente sobre o nugget ou no interior de sua embalagem para “ajudar a preservar o seu frescor”.
Tanto no quesito alimentação quanto no saúde, as referências adotadas pela PROTESTE não se encaixam nos conceitos do nosso site. Muito embora eles defendam o direito do consumidor à informação nos rótulos, à redução de aditivos nos alimentos e alguns poucos tópicos a mais de similaridade, o restante (a parte principal) do conceito adotado pela associação é o convencional engordativo: cuidar das calorias, do colesterol, fugir das gorduras saturadas etc.
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