Para quem esquenta com o sol

Está na moda uma preocupação exacerbada, a meu ver, com os malefícios da exposição ao sol, uma demonização dos raios ultravioleta e um apego exagerado ao protetor solar.

Sem querer entrar no mérito desta questão, que será alvo de um futuro texto, mais detalhado que este, faço a seguinte pergunta ao leitor:

Em qual destes dois horários o sol tem maior probabilidade de nos causar algum dano: nove horas da manhã ou duas horas da tarde?

A resposta é um irritante “depende”. É claro, depende em qual estação do ano estamos e em qual lugar da Terra.

No Brasil, no período de outubro a fevereiro, implanta-se o horário de verão em alguns estados da porção do país que fica mais afastada do equador.

O horário de verão não abrange a região Nordeste do país. Deveria, porque se perde muita luminosidade pela manhã, com o dia clareando antes das cinco e gasta-se energia elétrica à tarde, com o sol se pondo antes das seis horas.

Mas como o horário de verão tem adeptos e detratores, não vamos nos prender a este ponto e vamos direto ao que interessa.

Na cidade de Salvador, no mês de dezembro, o sol nasce por volta das cinco horas da manhã e se põe em torno das 18 horas da tarde. E isso vale tanto para os baianos como para os paulistas que eventualmente os estejam visitando. E agora, repetimos a pergunta:

Na cidade de Salvador, no mês de dezembro, em qual destes dois horários o sol tem maior probabilidade de nos causar algum dano: nove horas da manhã ou duas horas da tarde?

Agora a resposta é: nestes dois horários o sol tem o mesmo potencial de causar dano.

E isso não bate com o senso comum, que tende a achar que o sol das nove é melhor que o das duas da tarde. Porém o sol das nove vem se elevando no céu há quatro horas enquanto que ao sol das duas da tarde faltam quatro horas para se por, ou seja, são equivalentes. Veja a ilustração.

E muita gente leva as crianças para a praia pela manhã, ficando às vezes até às 10, achando que o sol de depois do almoço é que faz mal. À tarde a temperatura até poderá estar mais alta, mas isso não vale necessariamente para a ação solar direta.

A implantação do horário de verão (adiantar os relógios em uma hora) no Nordeste ajudaria as pessoas porque o ponto culminante da trajetória do sol no céu ocorreria às 12:30, o que coincide mais com o senso comum quanto aos horários em que o sol deve ser evitado.

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Radicci e as Receitas

Iotti – No site www.radicci.com.br


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Site PãNu – Paleolithic Nutrition

Endereço – http://www.paleonu.com/

Comentários:

Devido à pequena quantidade de sites que seguem uma dieta próxima da paleolítica editados em língua portuguesa, eventualmente estamos divulgando sites em inglês. Este é um dos casos.

O autor, Kurt G. Harris, é formado em Zoologia pela Universidade de Iowa com pós-graduação em medicina pela mesma universidade.

Ele resume assim o escopo da sua página; “O enfoque PãNu (nutrição paleolítica) de alimentação está fundamentado na medicina clínica e em outras áreas de conhecimento orientadas pela biologia evolutiva e pela paleoantropologia. A melhor evidência dada por estas disciplinas sugere uma dieta baseada em produtos animais, rica em gorduras, com poucos cereais de grãos e relativamente pouco carboidrato”.

Os tópicos apresentados neste site coincidem plenamente com a dieta que defendemos.

Resumo das recomendações do site:

1. Elimine o açúcar e todas as comidas que contenham farinha.

2. Consuma gorduras de animais ou de coco para substituir os carboidratos que você deixará de ingerir. Beba creme de leite integral ou leite de coco.

3. Elimine grãos que contenham glúten. Limite os demais.

4. Elimine os óleos derivados de grãos. Cozinhe com manteiga, gorduras animais ou óleo de coco.

5. Prefira carne de ruminantes. Coma ovos e algum peixe.

6. Garanta sua vitamina D: tome sol ou considere tomar suplementos.

7. Duas refeições por dia são suficientes. Não fique beliscando como um herbívoro.

8. Ajuste sua ingestão de ômega 3 e ômega 6. A melhor relação está em laticínios e carne de animais que pastam. Se você não come peixe ou come carne de animal confinado, considere ingerir um suplemento de óleo de peixe.

9. Pratique exercícios adequadamente.

10. A maioria das frutas modernas é como caramelos que dão em árvores. Pura frutose. Coma frutas com moderação.

11. Elimine os legumes.

12. Elimine todos os laticínios, incluindo queijo, e você se tornará um verdadeiro paleolítico ortodoxo.

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Soro de Leite em Pó

Ou “Como Engenheirar a Comida”

Nos textos que divulgamos na categoria “Produtos e Ingredientes”, percebemos que a freqüência com que o componente soro de leite faz parte dos produtos é muito grande. Mostramos até nossa surpresa ao perceber que este produto era usado em pó. O Toddynho tem, O Ninho Soleil tem e o Confeti também tem.

Uma reportagem de uma edição on line do jornal Zero Hora chamou a atenção justamente por tratar de soro de leite em pó. Mas não do ponto de vista do consumidor e sim da indústria.

A produção de queijos tem crescido fortemente na região norte do Rio Grande do Sul nos últimos anos e um dos refugos desta indústria é o soro de leite. Isso não é novidade e ocorre em qualquer região que produza queijos em qualquer lugar do mundo.

Outra coisa que não é novidade é o fato de a indústria em geral buscar “agregar valor” aos seus “refugos”, que passam a ter a posição de “subprodutos”, podendo até chegar ao ápice de serem considerados “insumos” de uma nova utilização inventada. Isso não é necessariamente ruim, desde que não fosse parar, de forma disfarçada, no nosso corpo.

Voltando à reportagem, ela trata da instalação de uma nova indústria que produzirá pó de soro de leite na região. Lemos a afirmação de que O soro, que antes era descartado no ambiente ou usado na alimentação animal, ganhará outra dimensão. O subproduto do leite vai agregar valor ao ser utilizado como insumo na fabricação de alimentos, como pães, biscoitos e massas, e na composição de sorvetes, chocolates, bebidas isotônicas, lácteas e leites modificados. Destaca ainda a quantidade de empregos e renda que a instalação da indústria trará para a região, além do aumento do lucro das queijarias que antes tinham dificuldade de “se livrar” do refugo e agora vão lucrar com o “insumo”.

Não precisa preparar o seu organismo para este novo insumo. Você certamente já vem consumindo ele. Esta indústria já existe há bom tempo. A unidade industrial desta reportagem é apenas mais uma, numa cadeia já estabelecida.

Porém, na medida em que aumenta a oferta de soro de leite em pó no mercado, mais os engenheiros de alimentos procuram usos para ele. O produto se torna barato e a indústria, sempre na busca de redução de custos, tenta arranjar um jeito de utilizá-lo, mesmo quanto isso exige um novo aditivo para recompor alguma característica indesejada causada pela introdução do novo refugo, digo, subproduto, desculpem, insumo, em determinado alimento.

Finalizamos repetindo esta frase da reportagem:

“O subproduto do leite vai agregar valor ao ser utilizado como insumo na fabricação de alimentos, como pães, biscoitos e massas, e na composição de sorvetes, chocolates, bebidas isotônicas, lácteas e leites modificados.”

E perguntando: vai agregar valor para quem? Para a qualidade da nossa alimentação? Ou para o aumento do lucro da indústria?

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Livro: Os Alimentos Contra o Câncer

Os autores, Richard Béliveau e Denis Gingras escreveram “Os Alimentos Contra o Câncer” em 2005 (a tradução em português tem 215 páginas e foi editada pela Vozes). No livro, eles sustentam que o nosso organismo dispõe das armas e estratégias necessárias para prevenir o câncer, desde que lhe forneçamos a munição adequada, que são os fitoquímicos.

Citam a vantagem de se obter fitoquímicos e partir da alimentação: couve & cia, alho & cia, soja, cúrcuma, chá verde, frutas vermelhas, ômega 3, tomate, frutas cítricas, vinhos e uvas, chocolate.

Destacam que os fitoquímicos das plantas acima e outras têm papel importante na prevenção do câncer e de outras doenças. Citam que as vitaminas A e E não mostraram benefício sobre o câncer. e omitem claramente qualquer referência à vitamina C.

Não são muito favoráveis a extratos, suplementos, vitaminas, ou coisas do gênero. Defendem obter a proteção diretamente do alimento.

Classificação apresentada pelos autores para os principais fitoquímicos:

Polifenóis: Flavonóides, Ácidos fenólicos e Não flavonóides.

Terpenos: Carotenóides e Monoterpenos.

Compostos sulforados: Alil sulfidos e Isotiocianatos.

Saponinas: Triterpenóides e Esteróides.

Alimentos recomendados:

Couve, brócolis, couve-flor, repolho (família das crucíferas, que têm a flor em forma de cruz). Mostarda, rabanete e agrião também são do time.

Alho, cebola, alho poro e cebolinha.

Soja (isoflavonas): grãos, missô, molho de soja, grãos torrados, tofu e leite de soja. O maior teor é encontrado na farinha de soja (Kinato) e nos grãos torrados (setsubun no mame). (Nota: nosso blogue só recomenda derivados de soja que sejam fermentados, como o tofu e o molho de soja – shoyo – legítimo.)

Cúrcuma: também é usado como corante (E100). É conhecido como açafrão das índias. A adição de pimenta potencializa muito a absorção da curcumina pelo organismo. (Nota: o – ou a – cúrcuma também é conhecida no Brasil como açafrão da terra.)

Chá-verde: C. siniensis siniensis ou C. siniensis assamica (na Índia). Sencha = folhas novas cultivadas ao sol / Gyokuro = folhas novas cultivadas à sombra / Bencha = folhas mais velhas que dão um chá mais forte. Melhores marcas: Sencha – Uchiyama / Gyokuro #1, Sencha #1, … Infusão sempre maior que 10 minutos.

Ômega 3: sardinha, salmão, linhaça, soja, nozes, … Ômega 9: azeite de oliva, abacate, amêndoas, …

Diversos: Frutas vermelhas – framboesa, morango, mirtilo, … /Tomate – licopeno /Frutas cítricas –  todas /Vinho e uvas – resveratrol /Chocolate – rico em cacau e pobre em açúcar /E mais pimenta do reino e agrião.

Afirmam que o benefício das isoflavonas (soja) não é muito claro para mulheres que tiveram câncer de mama ou para as que já estão na menopausa.

Sustentam que dietas prolongam a vida. Quando se come 30% a menos de alimentos que o ideal, a vida é prolongada (a fome dispara um mecanismo que preserva as células, amplia a sua longevidade e faz correções no DNA).

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